HISTÓRIA
HISTÓRIA
Brasil:
A expansão marítima e comercial européia das Américas.
A conquista e ocupação do espaço geográfico brasileiro.
Administração, Economia, Sociedade e Comércio Colonial.
Evolução do Brasil Colonial.
A União Ibérica (1580-1640).
Os tratados de limites e as guerras no sul.
Os conflitos no Brasil Colônia.
O Estado português no Brasil.
A Independência do Brasil.
O Primeiro Império.
O Segundo Império.
A fase republicana.
O Brasil Atual.
A presença portuguesa.
A conquista territorial portuguesa e a resistência potiguar.
Marco de Touros.
Presença francesa.
Invasão holandesa.
Interiorização da colonização portuguesa e a “Guerra dos Bárbaros”.
Construção da Fortaleza dos Reis Magos.
Pacificação dos índios.
Fundação da Cidade do Natal.
Repercussões dos movimentos emancipatórios do século XIX no RN.
Formação das Oligarquias.
Primeiros Governadores.
Participação do RN no movimento republicano.
A Revolução de 1930 e o reordenamento da política oligárquica.
Demandas sociais e a Intentona Comunista de 1935.
Segunda
Guerra Mundial: presença norte-americana e repercussões
sócio-culturais. O populismo e o surgimento das “novas oligarquias”.
Principais monumentos históricos.
Brasil:
A expansão marítima e comercial européia das Américas.
A
expansão marítima européia, processo histórico ocorrido entre os
séculos XV e XVII, contribuiu para que a Europa superasse a crise dos
séculos XIV e XV.
Através
das Grandes Navegações há uma expansão das atividades comerciais,
contribuindo para o processo de acumulação de capitais na Europa.
O
contato comercial entre todas as partes do mundo (Europa, Ásia, África e
América ) torna possível uma história em escala mundial, favorecendo
uma ampliação dos conhecimento geográficos e o contato entre culturas
diferentes.
Fatores para a Expansão Marítima
A
expansão marítima teve um nítido caráter comercial, daí definir este
processo como uma empresa comercial de navegação, ou como grandes
empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta atividade comercial o
fator essencial foi a formação do Estado Nacional.
Formação
do Estado Nacional e a centralização política-as Grandes Navegações só
foram possíveis com a centralização do poder político, pois fazia-se
necessário uma complexa estrutura material de navios, armas, homens,
recursos financeiros.
A aliança rei-burguesia possibilitou o alcance destes objetivos tornando viável a expansão marítima.
Avanços
técnicos na arte náutica-o aprimoramento dos conhecimentos geográficos,
graças ao desenvolvimento da cartografia; o desenvolvimento de
instrumentos náuticos-bússola, astrolábio, sextante - e a construção de
embarcações capazes de realizar viagens a longa distância, como as naus e
as caravelas.
Interesses
econômicos- a necessidade de ampliar a produção de alimentos, em
virtude da retomada do crescimento demográfico; a necessidade de metais
preciosos para suprir a escassez de moedas; romper o monopólio exercido
pelas cidades italianas no Mediterrâneo que contribuía para o
encarecimento das mercadorias vindas do Oriente; tomada de
Constantinopla, pelo turcos otomanos, encarecendo ainda mais os produtos
do Oriente.
Sociais-o enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento da burguesia mercantil.
Religiosos-a possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo mediante a ação missionária da Igreja Católica.
Expansão marítima portuguesa
Portugal
foi a primeira nação a realizar a expansão marítima. Além da posição
geográfica, de uma situação de paz interna e da presença de uma forte
burguesia mercantil; o pioneirismo português é explicado pela sua
centralização política que, como vimos, era condição primordial para as
Grandes Navegações.
A
formação do Estado Nacional português está relacionada à Guerra de
Reconquista - luta entre cristãos e muçulmanos na península Ibérica.
A
primeira dinastia portuguesa foi a Dinastia de Borgonha ( a partir de
1143 ) caracterizada pelo processo de expansão territorial interna.
Entre
os anos de 1383 e 1385 o Reino de Portugal conhece um movimento
político denominado Revolução de Avis -movimento que realiza a
centralização do poder político: aliança entre a burguesia mercantil
lusitana com o mestre da Ordem de Avis, D. João. A Dinastia de Avis é
caracterizada pela expansão externa de Portugal: a expansão marítima.
Etapas da expansão
A
expansão marítima portuguesa interessava à Monarquia, que buscava seu
fortalecimento; à nobreza, interessada em conquista de terras; à Igreja
Católica e a possibilidade de cristianizar outros povos e a burguesia
mercantil, desejosa de ampliar seus lucros.
A seguir, as principais etapas da expansão de Portugal:
1415 -tomada de Ceuta, importante entreposto comercial no norte da África;
1420 -ocupação das ilhas da Madeira e Açores no Atlântico;
1434 -chegada ao Cabo Bojador;
1445 -chegada ao Cabo Verde;
1487 -Bartolomeu Dias e a transposição do Cabo das Tormentas;
1498 -Vasco da Gama atinge as Índias ( Calicute );
1499 -viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.
Expansão marítima espanhola
A
Espanha será um Estado Nacional somente em 1469, com o casamento de
Isabel de Castela e Fernando de Aragão. Dois importantes reinos cristãos
que enfrentaram os mouros na Guerra de Reconquista.
No
ano de 1492 o último reduto mouro -Granada -foi conquistado pelos
cristãos; neste mesmo ano, Cristovão Colombo ofereceu seus serviços aos
reis da Espanha.
Colombo
acreditava que, navegando para oeste, atingiria o Oriente. O navegante
recebeu três navios e, sem saber chegou a um novo continente: a América.
A seguir a principais etapas da expansão espanhola:
1492 - chegada de Colombo a um novo continente, a América;
1504 -Américo Vespúcio afirma que a terra descoberta por Colombo era um novo continente;
1519 a 1522 - Fernão de Magalhães realizou a primeira viagem de circunavegação do globo.
As rivalidades Ibérica
Portugal
e Espanha, buscando evitar conflitos sobre os territórios descobertos
ou a descobrir, resolveram assinar um acordo -proposto pelo papa
Alexandre VI - em 1493: um meridiano passando 100 léguas a oeste das
ilhas de Cabo Verde, dividindo as terras entre Portugal e Espanha.
Portugal não aceitou o acordo e no ano de 1494 foi assinado o Tratado de
Tordesilhas.
O tratado de Tordesilhas não foi reconhecido pelas demais nações européias.
Navegações Tardias
Inglaterra, França e Holanda.
O atraso na centralização política justifica o atraso destas nações na expansão marítima:
A
Inglaterra e França envolveram-se na Guerra dos Cem Anos(1337-1453) e,
após este longo conflito, a inglaterra passa por uma guerra civil - a
Guerra das Duas Rosas ( 1455-1485 ); já a França, no final do conflito
com a Inglaterra enfrenta um período de lutas no reinado de Luís XI
(1461-1483).
Somente
após estes conflitos internos é que ingleses, durante o reinado de
Elizabeth I (1558-1603 ); e franceses, durante o reinado de Francisco I
iniciaram a expansão marítima.
A
Holanda tem seu processo de centralização política atrasado por ser um
feudo espanhol. Somente com o enfraquecimento da Espanha e com o
processo de sua independência é que os holandeses iniciarão a expansão
marítima.
CONSEQUÊNCIAS
As
Grandes navegações contribuíram para uma radical transformação da visão
da história da humanidade. Houve uma ampliação do conhecimento humano
sobre a geografia da Terra e uma verdadeira Revolução Comercial, a
partir da unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e
americanos.
A seguir algumas das principais mudanças:
A
decadência das cidades italianas; a mudança do eixo econômico do mar
Mediterrâneo para o oceano Atlântico; a formação do Sistema Colonial;
enorme afluxo de metais para a Europa proveniente da América; o retorno
do escravismo em moldes capitalistas; o euro-centrismo, ou a hegemonia europeia sobre o mundo; e o processo de acumulação primitiva de capitais
resultado na organização da formação social do capitalismo.
EXERCÍCIOS
1) (PUCCamp-SP) -o processo de colonização europeia da América, durante os séculos XVI,XVII e XVIII, está ligado à:
a) expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais absolutas e à política mercantilista.
b) Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos orientais e à política livre-cambista.
c)
Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao
crescimento do comércio bilateral. Criação das companhias de comércio,
ao desenvolvimento do modo feudal de produção e à política liberal.
d)Política industrial, ao surgimento de um mercado interno consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre.
2) Cesup/Unaes/Seat-MS)- Na expansão da Europa, a partir do século XV, encontramos intimamente ligados à sua história:
a)
a participação da espanha nesse empreendimento, por interesse exclusivo
de Fernando de Aragão e Isabel de Castela, seus soberanos na época;
b) a descoberta da América, em 1492, anulou imediatamente o interesse comercial da Europa com o Oriente;
c)
o tratado de Tordesilhas, que dividia as terras descobertas entre
Portugal e Espanha, sob fiscalização e concordância da França,
Inglaterra e Holanda;
d)
Portugal, imediatamente após o descobrimento do Brasil, iniciou a
colonização, extraindo muito ouro para a Europa, desde 1500;
e) O pioneirismo português.
3)(PUC-MG)
O descobrimento da América, no início dos tempos modernos, e
posteriormente a conquista e colonização, considerando-se a mentalidade
do homem ibérico, permitem perceber que, EXCETO:
a)
O colonizador, ao se dar conta da perda do paraíso terrestre, do
maravilhoso, lançou-se à reprodução da cenografia europeia da América;
b) O colonizador, negando o que pudesse parecer novo, preferiu ver apenas o seu reflexo no espelho da história;
c) Colombo se recusava a ver a América, preferindo manter seus sonhos de que estaria próximo ao Oriente;
d) O processo de descrição e observação do novo continente envolvia basicamente a manutenção do universo indígena;
e) A conquista representou a possibilidade de transplante e difusão dos padrões culturais europeus na América.
3) Portugal e Espanha foram as primeiras nações a lançarem-se nas Grandes Navegações. Isto deveu-se, basicamente a/ao:
a) enorme quantidade de capitais acumulados nestas duas nações desde o renascimento comercial na Baixa Idade Média;
b) processo de centralização política favorecido pela Guerra de Reconquista;
c)
diferentemente de outras nobrezas, a nobreza portuguesa e espanhola
estavam fortalecidas e conseguiram financiar o projeto de expansão
marítima;
d) o desenvolvimento industrial da península Ibérica forçou estas nações a buscarem mercados consumidores e fornecedores;
e) espírito aventureiro de portugueses e espanhóis.
4) Entre as consequências da Expansão Marítima, NÃO encontramos:
a) a formação do Sistema Colonial;
b) o desenvolvimento do euro-centrismo;
c) a expansão do regime assalariado da Europa para a América
d)
início do processo de acumulação de capitais, impulsionando o modo de
produção capitalista; e) introdução do trabalho escravo na América.
Respostas dos exercícios
1) A
2) E
3) D
4) C
5) C
- Expansão Marítima
"A crise de crescimento do século XV
No início da Idade Moderna, surgiu um descompasso na economia européia, entre a capacidade de produção e consumo na zona rural e na zona urbana. A produção agrícola no campo estava limitada pelo regime de trabalho servil. O resultado disso era uma produtividade baixa e, consequentemente, a falta de alimentos para abastecer os núcleos urbanos. Já a produção artesanal nas cidades era alta e não encontrava consumidores na zona rural, devido ao baixo poder aquisitivo dos trabalhadores rurais e ao caráter auto-suficiente da produção feudal.
Além disso, o comércio internacional europeu, baseado na compra de produtos orientais (especiarias, objetos raros, pedras preciosas), tendia a se estagnar, pois os nobres, empobrecidos pela crise do feudalismo, cada vez compravam menos essas mercadorias. Os tesouros acumulados pela nobreza durante as Cruzadas escoavam para o Oriente, em pagamento das especiarias. O resultado disso foi a escassez de metais preciosos na Europa, o que criava mais dificuldades ainda para o desenvolvimento do comércio.
A solução para esses problemas estava na exploração de novos mercados, capazes de fornecer alimentos e metais preciosos a baixo custo e, ao mesmo tempo, aptos para consumir os produtos artesanais fabricados nas cidades europeias. Mas onde encontrar esses novos mercados?
O comércio com o Oriente estava indicando o caminho. Os mercados da Índia, da China e do Japão eram controlados pelos mercadores árabes e seus produtos chegavam à Europa ocidental através do mar Mediterrâneo, controlado por Veneza, Gênova e outras cidades italianas. O grande número de intermediários nesse longo trajeto encarecia muito as mercadorias. Mas se fosse descoberta uma nova rota marítima que ligasse a Europa diretamente aos mercados do Oriente, o preço das especiarias se reduziria e as camadas da população européia com poder aquisitivo mais baixo poderiam vir a consumi-las.
No século XV, a burguesia europeia, apoiada por monarquias nacionais fortes e capazes de reunir grandes recursos, começou a lançar suas embarcações nos oceanos ainda desconhecidos — Atlântico, Indico e Pacífico - em busca de novos caminhos para o Oriente. Nessa aventura marítima, os governos europeus dominaram a costa da África, atingiram o Oriente e descobriram um mundo até então desconhecido: a América.
Com a descoberta de novas rotas comerciais, a burguesia européia encontrou outros mercados fornecedores de alimentos, de metais preciosos e de especiarias a baixo custo. Isso permitiu a ampliação do mercado consumidor, pois as pessoas de poder aquisitivo mais baixo puderam adquirir as mercadorias, agora vendidas a preços menores.
A expansão comercial e marítima dos tempos modernos foi, portanto, uma consequência da crise de crescimento da economia europeia.
Outras condições à expansão marítima europeia:
A expansão marítima só foi possível graças à centralização do poder nas mãos dos reis. Um comerciante rico, uma grande cidade ou mesmo uma associação de mercadores muito ricos não tinham condições de reunir o capital necessário para esse grande empreendimento. Apenas o rei era capaz de captar recursos de toda a nação para financiar as viagens ultramarinas.
Eram enormes as dificuldades que tinham de ser superadas para navegar pelos oceanos. As embarcações tinham de ser melhoradas e as técnicas de navegação precisavam ser aprimoradas. No século XV, inventou-se a caravela. A bússola e o astrolábio passaram a ser empregados como instrumentos de orientação no mar, e a cartografia passou por grandes progressos. Ao mesmo tempo, a antiga concepção sobre a forma da Terra começou a ser posta em dúvida.
Seria a Terra realmente um disco chato e plano, cujos limites eram precipícios sem fim? Uma nova hipótese sobre a forma de nosso planeta começou a surgir: o planeta teria a forma de uma esfera. Nessa nova concepção, se alguém partisse de um ponto qualquer da Terra e navegasse sempre na mesma direção, voltaria ao ponto de partida. O desejo de desbravar os oceanos, descobrir novos mundos e fazer fortuna animava tanto os navegantes, que eles chegavam a se esquecer do medo que tinham do desconhecido. Dois Estados se destacaram na conquista dos mares: Portugal e Espanha. "1
Fonte:
1 - ARRUDA, Jose Jobson. História Integrada - Vol 2 . São Paulo. Ática. 4ª Edição. 1997
Fonte(s):
A conquista e ocupação do espaço geográfico brasileiro.
Administração, Economia, Sociedade e Comércio Colonial.
Evolução do Brasil Colonial.
A União Ibérica (1580-1640).
Os tratados de limites e as guerras no sul.
Os conflitos no Brasil Colônia.
O Estado português no Brasil.
A Independência do Brasil.
O Primeiro Império.
O Segundo Império.
A fase republicana.
O Brasil Atual.
História do Rio Grande do Norte:
A presença portuguesa.
A conquista territorial portuguesa e a resistência potiguar.
Marco de Touros.
Presença francesa.
Invasão holandesa.
Interiorização da colonização portuguesa e a “Guerra dos Bárbaros”.
Construção da Fortaleza dos Reis Magos.
Pacificação dos índios.
Fundação da Cidade do Natal.
Repercussões dos movimentos emancipatórios do século XIX no RN.
Formação das Oligarquias.
Primeiros Governadores.
Participação do RN no movimento republicano.
A Revolução de 1930 e o reordenamento da política oligárquica.
Demandas sociais e a Intentona Comunista de 1935.
Segunda
Guerra Mundial: presença norte-americana e repercussões
sócio-culturais. O populismo e o surgimento das “novas oligarquias”.
Principais monumentos históricos.
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