8 Diferenças entre o Thor da Marvel e da Mitologia
Talvez
 você fique chocado ao saber que Stan Lee e Jack Kirby não fizeram um 
trabalho preciso ao trazer o deus nórdico Thor e sua mitologia às 
histórias em quadrinhos do Universo Marvel em 1962. Se o fizessem, 
teriam sido presos, porque mitos nórdicos estão cheios de assassinatos, 
mutilações e sexo estranho, a maioria dos quais ainda não seria 
publicável hoje em dia. Aqui estão as oito principais diferenças entre o
 Thor dos quadrinhos e o dos mitos.
1. Thor
Vamos começar pelo próprio Deus do Trovão. O Thor da Marvel é, muitas
 vezes, um cara loiro, sem barba, com modo de falar shakespeariano. 
Acredite ou não, o deus nórdico nem sequer fala Inglês. O Thor original 
também tinha o cabelo vermelho, nunca havia sido concebido sem barba e 
vibrava em batalhas ao ponto de que o Thor da Marvel poderia tê-lo como 
um supervilão. O Thor nórdico precisava de luvas mágicas pra fazer o 
Mjonir voar de volta pra ele e um cinto especial pra usar o martelo em 
seu pleno poder, enquanto o da Marvel usou o cinto no universo 
alternativo Ultimate e nunca usou luvas. O Thor original não pode voar, 
exceto com o uso da sua carruagem puxada pelos bodes Toothgnasher e 
Toothgrinder – estes aparecem nos quadrinhos ocasionalmente. Ah, e 
enquanto o Thor da Marvel tem suas afeições pela humana Jane Foster, na 
mitologia nórdica ele se casa com a deusa Sif – embora ele não se 
importe de pular a cerca de vez em quando. E, obviamente, Thor nunca foi
 punido por Odin e obrigado a andar na terra como o médico manco Donald 
Blake.
2. Loki
Enquanto a versão da Marvel do deus da trapaça é maligno de forma 
definitiva na maioria das vezes, na mitologia nórdica, ele era, na 
verdade, apenas um deus da trapaça, às vezes pregando peças em seus 
companheiros deuses, às vezes insultando-os, mas muitas vezes 
ajudando-os – geralmente dos problemas que ele próprio causou. Na 
mitologia nórdica, Loki deu à luz a muitos deuses e monstros bizarros, 
incluindo Hela, a deusa da morte, o dragão Jörmungandr e o cavalo de 
oito patas de Odin, Sleipnir. Enquanto os quadrinhos da Marvel 
reconheceram que estes são a progênie de Odin, eles tentam não 
mencioná-los muitas vezes. O mais importante, embora a versão nórdica de
 Odin tenha encontrado Loki como um bebê – depois de matar seu pai 
gigante -, Odin nunca o adotou… embora Thor e Loki se considerassem 
irmãos de sangue.
3. Baldur
O Baldur original – geralmente escrito Balder ou Baldr – foi 
provavelmente a coisa mais próxima que a mitologia nórdica teve de um 
verdadeiro mocinho. Baldur era o deus da luz, felicidade, beleza e de 
todas essas coisas boas, enquanto o Baldur dos quadrinhos da Marvel é 
basicamente uma versão menor, de cabeça quente e menos poderoso do Thor.
 Em ambos os cenários, todos os deuses amam Baldur – todos, exceto Loki,
 que na mitologia nórdica odiava o cara. Contudo, a mãe de Baldur 
desejou que tudo o que existe não pudesse prejudicar seu filho, mas ela 
esqueceu de pedir por visco, porque isso não faria sentido. Daí, Loki 
fez um cara chamado Hodr acertar Baldur com um dardo de visco, matando o
 deus. Quando Odin pediu Hel pra deixar Baldur voltar à vida, ela 
concordou, desde que todos os seres vivos gritassem por ele. Todos 
gritaram… Exceto uma velha que não se importava, porque Baldur não tinha
 feito nenhum favor a ela. Aquela mulher era Loki disfarçado, porque 
Loki realmente odiava Baldur. De qualquer forma, nos quadrinhos, Loki 
realiza o mesmo assassinato, mas Baldur é ressuscitado com sucesso.
4. Sif
Enquanto a Sif dos quadrinhos é uma guerreira durona apaixonada por 
Thor, a Sif original é muito mais tradicional. Ela era a esposa de Thor e
 a deusa da colheita, e não era chegada a enfrentar vilões – ou até 
mesmo a pegar espadas. Ela era famosa por seus longos cabelos loiros, 
até uma brincadeira de Loki cortá-los, momento em que ela estava tão 
triste que as plantações não cresceram. Seu marido Thor, naturalmente, 
espancou Loki até que ele concordou em fazer a coisa certa e pediu aos 
anões pra forjarem um pouco de cabelo novo. Porque isso faz todo 
sentido, é claro.
5. Odin
Odin, amante da paz, sábio, pai de Thor e pai adotivo de Loki, tenta 
governar Asgard com justiça e paz nas histórias em quadrinhos. Se este 
Odin encontrasse o Odin da mitologia nórdica, Odin-Marvel iria ter seu 
traseiro chutado. O Odin original era um deus da guerra, que não dava a 
mínima pra justiça, lei ou paz. Odin ama a guerra e ele adora lutas, 
diferente do Anthony Hopkins, que expulsa Thor apenas por uma briga com 
os gigantes de gelo. Além disso, o Odin original não era um deus pra ser
 amado, mas temido – ele era inconstante e cruel. Odin trocou um de seus
 olhos por magia, conhecimento e poder. O Odin da Marvel trocou por um 
poder vago, mas maciço, chamado Odinforce, que ele pode usar pra fazer 
praticamente qualquer coisa que um escritor queira, mas que também 
precisa ser recarregado enquanto o deus hiberna – não coincidentemente, 
gerando a oportunidade perfeita pro malvado Loki dos quadrinhos agendar a
 maioria dos seus regimes.
6. Os Novos Deuses
Uma vez que até os “bons” deuses nórdicos, como Thor e Odin, são 
todos babacas, não é surpreendente que Stan Lee tenha criado heróis e 
vilões novos. No lado dos heróis, os três guerreiros – Fandril, Hogun e 
Volstagg -, no lado dos vilões, Encantor, Skurge, Malekith, o 
Destruidor, Kurse e vários outros personagens são 100% originais da 
Marvel.
7. Os Gigantes de Gelo
Enquanto os quadrinhos e os filmes retratam os gigantes de gelo como 
trolls malignos empenhados na destruição de Asgard e no reinado da neve –
 mais como monstros de Dungeons & Dragons do que qualquer coisa – os
 jötunn “reais” são muito mais complicados. Por quê? Porque eles 
nasceram das axilas e dos pés do seu pai, Ymir – seus pés foderam um ao 
outro, literalmente, não estou brincando. Eles podem ser feios ou 
bonitos, mas de qualquer forma são tão em contato com a natureza, que 
eles são efetivamente os deuses da natureza. Eles eram poderosos e 
sábios, Odin foi ter com eles pra saber mais sobre o Ragnarok, e 
enquanto ele estava lá, foi legitimamente bem tratado. Esses gigantes 
foram também a fonte da poesia do Universo – a poesia, nesse ponto, é um
 líquido que Odin roubou, bebeu e cuspiu de volta em Asgard – e algumas 
gotas caíram acidentalmente em Midgard, naturalmente, por isso temos 
Mário Quintana e Cecília Meireles por aqui.
8. Ragnarok
Surpreendentemente, Asgard do mito nórdico e dos quadrinhos da Marvel
 são bastante semelhantes: ambos são parte da árvore do mundo Yggdrisil,
 eles estão ambos ligados a outros reinos pela ponte Bifrost e ambos são
 onde os deuses habitam. Realmente, exceto pela insistência da Marvel 
que a divindade dos deuses exista através de algum tipo misterioso de 
ciência, eles estão trabalhando no mesmo modelo aqui. Mas quando se 
trata do fim do mundo, as duas versões são muito diferentes – 
principalmente porque, no mito, Ragnarok é o fim do mundo, ao passo que,
 nos quadrinhos, já aconteceu muitas e muitas vezes, sem o fim do mundo.
No mito, praticamente todo mundo morre quando o Ragnarok começa – 
gigantes de gelo, gigantes de fogo – liderados por Surtur – e os mortos –
 liderados por Loki – atacarão Asgard, e todos os elfos e anões e seres 
humanos vão participar da batalha. Odin é devorado pelo grande lobo 
Fenrir, Thor morre ao derrotar a serpente de Midgard, Loki e Heimdall 
matam uns aos outros e, eventualmente, Surtur irá incendiar todo o 
Universo. Dois seres humanos e alguns deuses sobrevivem pra começar tudo
 de novo. Enquanto isso, nas histórias em quadrinhos, Thor lutou sua 
primeira Ragnarok na despedida de Stan Lee e e Jack Kirby em 1966. 
Aconteceu de novo, quando Surtur surgiu durante as histórias aclamadas 
de Walt Simonson, nos anos 80, e depois novamente quando Loki fez um 
monte de Mjolnir falsos pro seu exército em 2004. E isso sem contar as 
muitas vezes que Asgard foi quase dizimada em eventos não relacionados 
ao Ragnarok.
http://www.einerd.com.br/quadrinhos/thor/ 
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