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sábado, 10 de janeiro de 2015

Modelagem Matemática Parte II


Modelagem Matemática Parte II

Diante de tudo que foi colocado, será que é possível para nós professores, aplicarmos Modelagem Matemática diante do atual programa de ensino?

Segundo o prof. Pesquisador da UFPR Ademir Donizeti Caldeira, atualmente o grande problema a ser refletido pelos educadores matemáticos está em focalizar o aluno em primeiro plano e depois verificar como a aprendizagem da matemática pode contribuir para que esse aluno possa ter uma visão mais crítica da realidade; essa contribuição não se dará apenas através do conteúdo aprendido, mas também por sua inserção numa dimensão política na forma de sua transmissão-assimilação.
Um exemplo bem sucedido da aplicação da Modelagem Matemática com relação ao cumprimento do programa foi dado pela Professora Ms. Elaine Ferruzzi - CEFET-PR, que dá aula para uma turma de eletrônica do CEFET, conseguindo cumprir o programa todo utilizando a Modelagem Matemática. Disse ela:
“_ Eu tive sorte!”
O Prof. Dr. Jonei Cerqueira Barbosa, dá a seguinte sugestão com relação à aplicação da modelagem matemática dentro do atual programa:
1) Conhecer os limites da instituição de ensino;
2) Começar com modelos curtos e mais simples, que durem no máximo duas aulas, por exemplo;
3) Analisar o tempo, e aquilo que é possível fazer;
4) Analisar o seu saber e o saber dos alunos;
5) A disposição e grau de interesse dos alunos, bem como a sua motivação.
6) A disposição e apoio da direção da escola.

Como avaliar um trabalho de Modelagem Matemática?
Ainda segundo o Prof. Dr. Jonei Cerqueira Barbosa, com relação à avaliação de um projeto de modelagem matemática, ele sugere uma avaliação por meio de relatórios, analisando o grau de desenvolvimento do aluno bem como o seu processo de evolução, ou seja, o que ele realmente aprendeu através da Modelagem Matemática.
Contudo, nós como professores conscientes, devemos levar em conta o que é mais importante: Cumprir o programa? Ou fazer com que o aluno aprenda Matemática e a sua importância em sua vida?
E afinal, quem é que consegue cumprir rigorosamente o programa de ensino estabelecido?
Ao participar do evento na categoria de Comunicação Científica, apresentamos na oportunidade um trabalho com o título: Cubagem de Toras Cilíndricas e Modelagem Matemática, cujo projeto está nos anais do I EPMEM, trabalho este que tinha por objetivo maximizar o volume de uma tora cilíndrica com o objetivo de obter o maior lucro possível, mas também, poderíamos fazer uma reflexão crítica no sentido de que quanto mais madeira obtivermos de uma mesma tora menos árvores precisariam ser cortadas, trabalhando neste caso, a questão ética e ambiental, este é o objetivo da modelagem matemática.
Contudo, o projeto visa basicamente, a aplicação da teoria da modelagem matemática no nosso cotidiano, servindo de apoio no processo de ensino-aprendizagem de nossos alunos.
Devido à necessidade de buscarmos novas maneiras de ensinar e aprender, esta proposta busca auxiliar o processo de ensino-aprendizagem de nossos alunos, servindo como uma alternativa no ensino da geometria espacial, através da elaboração de um Modelo Matemático na busca de uma solução para uma determinada situação-problema, a fim de que os alunos passem a enxergar a Matemática em nosso cotidiano de uma forma prática e objetiva, não apenas aquela vista nos livros didáticos, sem vida e distante da realidade de seu dia-a-dia.
Acreditamos que, sempre quando for possível, devemos trabalhar os conceitos matemáticos à partir da realidade do meio em que vivem nossos alunos, deste modo, a Matemática passa à ser mais interessante e sedutora aos olhos de nossos alunos, pois eles são capazes de contribuir na própria construção do saber ao qual estão tendo contato, e a escola deixa de ser algo fora da sua realidade social e começa à fazer parte do seu cotidiano.
Neste sentido, acreditamos que a proposta de trabalho é viável para sua aplicação devido ao grau de dificuldade apresentado em seu desenvolvimento e ao fácil acesso na coleta dos dados e a simplicidade dos cálculos aplicados.

Jean Carlos Silveira é acadêmico do 5º ano do Curso de Licenciatura em Matemática da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
João Luiz Domingues Ribas é Mestre em Educação, Professor do Departamento de Métodos e Técnicas de Ensino da Universidade Estadual de Ponta Grossa, atua nos cursos de Licenciatura em Matemática e Pedagogia.

CONFERENCIAS E PALESTRAS CITADAS NESTE ARTIGOMODELAGEM MATEMÁTICA E A SALA DE AULADionísio Burak
Professor do Departamento de Matemática da UNICENTRO- Guarapuava- PR.
Professor do Mestrado em Educação da UEPG – Ponta Grossa – PR
MODELAGEM MATEMÁTICA E A PRÁTICA DOS PROFESSORES DO ENSINO
FUNDAMENTAL E MÉDIOAdemir Donizeti Caldeira
Professor Pesquisador CAPES/PRODOC da UFPR
MODELAGEM MATEMÁTICA NO ENSINO TECNOLÓGICOElaine Cristina Ferruzzi
Centro Federal de Educação Tecnológica do Paraná
MODELAGEM NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA: UMA PERSPECTIVAJonei Cerqueira Barbosa
Doutor em Educação Matemática pela UNESP (Campus Rio Claro)


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANASTÁCIO, Maria Queiroga Amoroso. Considerações sobre a Modelagem Matemática e a Educação Matemática. Rio Claro, 1990. Dissertação de Mestrado, UNESP.
BIEMBENGUT, Maria Salett, Modelação Matemática como Método de Ensino-Aprendizagem de Matemática em cursos de 1º e 2º graus Rio Claro, 1990. Dissertação de Mestrado, UNESP
BIEMBENGUT, Maria Salett, Modelagem Matemática & Implicações no Ensino-Aprendizagem de Matemática, Editora FURB, 1999.
FERREIRA, Eroni Andrade de Souza. Modelagem Matemática com peças da Oficina Mecânica. Guarapuava, 2000.Monografia de Especialização, UNIOESTE.
GAZETTA, Marineusa. A Modelagem como Estratégia de Aprendizagem da Matemática em Cursos de Aperfeiçoamento de Professores. Rio Claro, 1989.UNESP.

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