Transporte Passivo
Difusão
Consiste na passagem das moléculas do soluto, do local de maior para o local de menor concentração, até estabelecer um equilíbrio. É um processo lento, exceto quando o gradiente de concentração for muito elevado ou as distâncias percorridas forem curtas. A passagem de substâncias, através da membrana, se dá em resposta ao gradiente de concentração.
Difusão Facilitada
Certas substâncias entram na célula a favor do gradiente de concentração e sem gasto energético, mas com uma velocidade maior do que a permitida pela difusão simples. Isto ocorre, por exemplo, com a glicose, com alguns aminoácidos e certas vitaminas. A velocidade da difusão facilitada não é proporcional à concentração da substância. Aumentando-se a concentração, atinge-se um ponto de saturação, a partir do qual a entrada obedece à difusão simples. Isto sugere a existência de uma molécula transportadora chamada permease na membrana. Quando todas as permeases estão sendo utilizadas, a velocidade não pode aumentar. Como alguns solutos diferentes podem competir pela mesma permease, a presença de um dificulta a passagem do outro. |
Osmose na célula vegetal
Como já foi dito anteriormente, se duas soluções
se mantêm separadas por uma membrana semipermeável, ocorre fluxo de água
da solução mais diluída para a mais concentrada. Essa difusão do
solvente chama-se osmose.
Quando uma célula vegetal está em meio
hipotônico, absorve água. Ao contrário da célula animal, ela não se
rompe, pois é revestida pela parede celular ou membrana celulósica,
que é totalmente permeável, mas tem elasticidade limitada, restringindo
o aumento do volume da célula. Assim, a entrada de água na célula não
depende apenas da diferença de pressão osmótica entre o meio
extracelular e o meio intracelular (principalmente a pressão osmótica do
suco vacuolar, líquido presente no interior do vacúolo da célula
vegetal). Depende, também, da pressão contrária exercida pela parede
celular. Essa pressão é conhecida por pressão de turgescência, ou resistência da membrana celulósica à entrada de água na célula.
As Relações Hídricas da Célula Vegetal
A osmose na célula vegetal depende da
pressão osmótica (PO) exercida pela solução do vacúolo, que também é
chamada de sucção interna do vacúolo (Si). Podemos chamar a pressão
osmótica ou sucção interna do vacúolo de força de entrada de água na
célula vegetal.
Conforme a água entra na célula vegetal, a
membrana celulósica sofre deformação e começa exercer força contrária à
entrada de água na célula vegetal.
Essa força de resistência à entrada de água na
célula vegetal é denominada pressão de Turgor ou Turgescência (PT) ou
resistência da membrana celulósica (M).
Essa turgescência à entrada de água na célula vegetal pode ser chamada de força de saída de água da célula vegetal.
A diferença entre as forças de entrada e saída
de água da célula vegetal é denominada de diferença de pressão de
difusão DPD ou sucção celular (Sc).
Assim, temos:
DPD = PO - PT
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ou
Sc = Si - M
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A Célula Vegetal em Meio Isotônico
Quando está em
meio isotônico, a parede celular não oferece resistência à entrada de
água, pois não está sendo distendida (PT = zero). Mas, como as
concentrações de partículas dentro e fora da célula são iguais, a
diferença de pressão de difusão é nula.
A célula está flácida. A força de entrada (PO) de água é igual à força de saída (PT) de água da célula.
Como DPD = PO – PT DPD = zero
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A Célula Vegetal em Meio Hipotônico
Quando o meio é hipotônico, há diferença
de pressão osmótica entre os meios intra e extra- celular. À
medida que a célula absorve água, distende a membrana celulósica, que
passa a oferecer resistência à entrada de água. Ao mesmo tempo, a
entrada de água na célula dilui o suco vacuolar, cuja pressão osmótica
diminui. Em certo instante, a pressão de turgescência(PT) se iguala à
pressão osmótica(PO), tornando a entrada e a saída de água
proporcionais.
PO = PT, portanto
DPD = PO – PT DPD =zero
A célula está túrgida.
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A Célula Vegetal em Meio Hipertônico
Quando a célula está em meio hipertônico,
perde água e seu citoplasma se retrai, deslocando a membrana plasmática
da parede celular. Como não há deformação da parede celular, ela não
exerce pressão de turgescência (PT = zero). Nesse caso:
DPD = PO
Diz-se que a célula está plasmolisada.
Se a célula plasmolisada for colocada em meio hipotônico, absorve água e
retorna à situação inicial. O fenômeno inverso à plasmólise chama-se deplasmólise ou desplasmolise.
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Quando a célula fica exposta ao ar, perde água
por evaporação e se retrai. Nesse caso, o retraimento é acompanhado pela
parede celular. Retraída, a membrana celulósica não oferece resistência
à entrada de água. Pelo contrário, auxilia-a. A célula está dessecada ou murcha.
Como a parede celular está retraída, exerce uma
pressão no sentido de voltar à situação inicial e acaba favorecendo a
entrada de água na célula vegetal. Assim, temos uma situação contrária
da célula túrgida e o valor de (PT) ou (M) é negativo.
A expressão das relações hídricas da célula vegetal ficará assim:
DPT = PO – (–PT)
DPT = PO + PT
O gráfico a seguir, conhecido por diagrama de Höfler, ilustra as variações de pressões expostas anteriormente.
Na situação A, a célula está túrgida (PO = PT e
DPD = zero). Em B, PT = zero e DPD = PO, a célula está plasmolisada. Se a
parede celular se retrai, a pressão de turgescência passa a auxiliar a
entrada de água (DPD > PO), como indicado na situação C, de uma
célula dessecada.
Transporte Ativo
Neste processo, as substâncias são transportadas
com gasto de energia, podendo ocorrer do local de menor para o de maior
concentração (contra o gradiente de concentração).
Esse gradiente pode ser químico ou elétrico, como no transporte de
íons. O transporte ativo age como uma “porta giratória”. A molécula a
ser transportada liga-se à molécula transportadora (proteína da
membrana) como uma enzima se liga ao substrato. A molécula
transportadora gira e libera a molécula carregada no outro lado da
membrana. Gira, novamente, voltando à posição inicial. A bomba de sódio e potássio liga-se em um íon Na+ na face interna da membrana e o libera na face externa. Ali, se liga a um íon K+ e o libera na face externa. A energia para o transporte ativo vem da hidrólise do ATP.
Transporte acoplado
Muitas membranas pegam carona com outras substâncias ou
íons, para entrar ou sair das células, utilizando o mesmo “veículo de
transporte". É o que ocorre por exemplo, com moléculas de açúcar que
ingressam nas células contra o seu gradiente de concentração. Como vimos
no item anterior, a bomba de sódio/potássio expulsa íons de sódio da
célula, ao mesmo tempo que faz os íons potássio ingressarem, utilizando a
mesma proteína transportadora (o mesmo canal iônico), com gasto de
energia. Assim, a concentração de íons de sódio dentro da célula fica
baixa, o que induz esses íons a retornarem para o interior celular.
Ao mesmo tempo, moléculas de açúcar, cuja concentração dentro da célula é alta, aproveitam o ingresso de sódio e o “acompanham” para o meio intracelular. Esse transporte simultâneo, ocorre com a participação de uma proteína de membrana “cotransportadora” que, ao mesmo tempo em que favorece o retorno de íons de sódio para a célula, também deixa entrar moléculas de açúcar cuja concentração na célula é elevada.
Note que a energia utilizada
nesse tipo de transporte é indiretamente proveniente da que é gerada no
transporte ativo de íons de sódio/potássio.
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http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia/cito12.php
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